
Aos poucos, as escolas de todo o país vão retomando as atividades e dando início ao ano letivo de 2021. As aulas nas escolas particulares, na maior parte dos estados, estão agendadas para começar até março. Com a pandemia do novo coronavírus, os desafios são muitos, assim como as formas de atender os alunos, que poderão ser em aulas presenciais, aulas remotas ou mesmo em um modelo híbrido, mesclando as duas modalidades. As orientações variam de local para local.

De acordo com levantamento feito pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), ainda não há previsão do retorno às atividades ou do modelo a ser adotado nas aulas na Bahia e em Rondônia. O Amazonas, que chegou a retomar as atividades presenciais em 2020, também não tem definição, por conta do agravamento da pandemia no estado.
Mato Grosso e Acre decidiram retomar as aulas este mês de forma remota, seja pela internet seja por meio de apostilas. Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão e Ceará, ainda não definiram o modelo a ser adotado, mas começam as aulas entre fevereiro e março. Os demais estados deverão adotar um
modelo híbrido de ensino.
Segundo o presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira, entre as escolas particulares há uma grande diversidade e cada uma, levando em consideração o local onde está inserida, o nível de contaminação de cada cidade, os professores, os estudantes e as famílias, devem decidir a melhor forma de retomar as atividades. "Depende da escola, do espaço físico da escola. Cada uma tem o seu plano de retorno. A escola privada é muito diversa, tem escola grande, escola pequena. Então, a escola pode ter um espaço maior e pode vir com todos os alunos, se conseguir fazer o distanciamento. Depende muito do projeto de retorno que a escola fará", diz. A entidade preparou um
plano estratégico de retomada das atividades, com uma série de orientações de segurança.
“A gente aprendeu que a doença não vai embora tão cedo e que a gente precisa aprender a conviver com ela, a ter um projeto de vida apesar da pandemia, apesar do coronavírus”, defende Pereira. "A gente aprendeu muita coisa, aprendeu que pode ser feita muita coisa a distância, mas também aprendeu que o ensino presencial para crianças e jovens é determinante para o aprendizado", acrescenta.
Planejamento curricular
Em
resolução o Conselho Nacional de Educação (CNE), garante a autonomia de cada localidade. As escolas devem, no entanto, pelo menos no ensino fundamental e médio, cumprir a carga horária mínima de 800 horas anuais. Pode-se também aumentar os dias letivos e a carga horária do ano letivo de 2021 para cumprir, de modo contínuo, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previstos em 2020.
“As escolas podem, então, desenvolver um replanejamento curricular, flexibilizando a proposta curricular, de modo que alunos tenham a possibilidade de fazer a recuperação da aprendizagem e depois da recuperação da aprendizagem, as escolas iniciam o cumprimento do currículo previsto para 2021”, explica a presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães.
Segundo Maria Helena a recomendação é que as escolas e as redes de ensino não reprovem os estudantes no ano letivo de 2020, pois isso pode fazer com que mais alunos desistam de estudar e abandonem as escolas. Como será difícil cumprir a risca todo o conteúdo previsto para 2020 e para 2021, as escolas podem rever a proposta curricular e selecionar os conteúdos, competências habilidades que são mais essenciais para desenvolverem com os alunos.
“O mais importante de tudo é as escolas terem um bom planejamento curricular. Iniciar um ano com acolhimento aos alunos e boa avaliação diagnóstica para identificar quais são as defasagens. O que os alunos aprenderam e o que eles não aprenderam. A partir daí, iniciar uma recuperação das aprendizagens que pode ser paralela com a oferta das atividades presenciais ou remotas”, defende.