Homem "se enterra" em buraco de rua, em protesto contra prefeitura no PR
Morador de Paranavaí fez encenação dizendo que moraria no buraco.
Cansados de esperar por obras de recapeamento e de reconstrução na rua Visconde de Taunay, no bairro Jardim São Jorge, em Paranavaí, noroeste do Paraná, moradores decidiram encenar um vídeo para criticar a situação precária. O buraco na rua estava tão profundo que um morador chegou a desaparecer ao entrar dentro dele.
Na gravação, o morador Bruno Barreto Alves descreve a situação da rua e, ao chegar perto do principal buraco da via, o pai dele, Paulo Alves, surge de dentro do asfalto. Paulo ainda brinca com a música “Lepo Lepo”, do cantor Psirico. “Isso aqui moço, é a minha casa. Eu não tenho casa, não tenho teto, mas agora eu resido aqui na rua. Eu quero fazer um túnel, e esse túnel vai sair lá na prefeitura”, diz na gravação.
Segundo Bruno Alves, o buraco de quase dois metros de profundidade estava aberto há cerca de dois meses. “Toda a rua está esburacada, está intransitável. Para evitar acidentes, nós colocamos vários galhos de árvores ao redor do buraco e tentamos fechar um dos lados da rua”, conta.
Conforme Alves, os funcionários da prefeitura foram até a Rua Visconde de Taunay nesta terça-feira (10) e começaram as obras de reconstrução da via. “Os operários abriram ainda mais o buraco para descobrir o que provocou a erosão, e agora a rua está bloqueada, ninguém passa. Espero que agora, depois de oito anos sem nenhum recapeamento, o problema seja resolvido”, pontua o morador.
O prefeito Rogério Lorenzetti (PMDB) diz que a situação é pontual, pois 35% da malha viária do município foram recapeadas com asfalto de boa qualidade. “O problema é que temos um passivo, um asfalto que foi feito há muitos anos, e que nós temos que conservar. Conservação de asfalto é uma coisa trabalhosa e cara. E o município, dentro do orçamento, tem feito um trabalho de qualidade na malha antiga”, explica o prefeito.
Lorenzetti acrescenta ainda que o orçamento da prefeitura não é o suficiente para a reconstrução total das vias. “Nós não temos como tapar todos os buracos rapidamente. Estamos fazendo de 20 a 30 quadras por mês, que é quanto o município consegue fazer com esse sistema de conservação”, argumenta.