Durante esta semana discutia com colegas da empresa a forma cibernética que as relações entre as pessoas estão tomando. Seja na vida profissional, ou no contato pessoal, cada vez mais a convivência online substitui o olho no olho.
Bem, não é aqui o caso de definir se este é um padrão adequado ou não. A constatação é que o fato se consolida através das redes sociais e dos mais diversos aplicativos de uma forma rápida e irreversível. Notadamente a geração que tem idade entre 10 e 18 anos, entende absolutamente normal ter dezenas de “amigos” online, cujo contato pessoal é raríssimo e em alguns casos nem existe na cotidiano.
As gerações com idade entre 30 e 50 anos, viveram um tempo onde ocorria exatamente o inverso, ou seja, as amizades consistentes se reduziam a dúzias. O que caracterizava esta relação era o contato pessoal, o olhar que denuncia emoções, o falar conveniente ao momento, o calor humano, o toque, o cumprimento e uma série de outros valores que concretizam e tornam duradoura uma relação.
Entre as pessoas que participavam desta conversa, foi praticamente unânime a opinião que os jovens e adolescente de hoje apresentam certa frieza nas suas relações. Não apresentam dificuldades em deixar amigos, trocá-los, mudar facilmente de namorada e, evidentemente, trocar de emprego sem nenhum peso de consciência ou temor, exatamente ao contrário da geração precedente que buscava estabilidade profissional e carreiras longevas.
Quero deixar bem claro, novamente, que nenhuma das duas gerações estão aqui recebendo o rótulo de certas ou erradas. Simplesmente cada uma viveu e vive a realidade do seu tempo com as ferramentas e possibilidades acessíveis. No entanto, o ser humano carrega em sua essência a necessidade natural de conviver com os semelhantes, seja em família ou em comunidade. Este convívio se traduz em experiências que fortalecem as emoções, o discernimento, a coerência, a afetividade, que somam-se em valores fundamentais e necessários para que tomemos decisões mais acertadas possíveis durante a vida.
No mercado de trabalho, onde as duas (ou mais) gerações convivem e ocupam os mesmos espaços, o fato tem levado as empresas a reorganizar seus processos na busca de adaptar-se às novas personalidades dos seus colaboradores.
Ainda é inegável, no entanto, que o profissional capaz de apresentar características coerentes no relacionamento pessoal, será considerado um diferencial na equipe, com melhores oportunidades para assumir funções de liderança.
Boa semana à todo(a)s !
Jair Benke é Economista, escritor, especialista em políticas públicas ,
planejamento municipal, palestrante e colunista no site www.click3.com.br