Até o termino do mês de junho a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) registrou a captação de 47 órgãos e tecidos doados por 17 pessoas que foram a óbito devido Morte Encefálica (ME), ou por Parada Cardiorrespiratória (PCR).
Este dado, segundo a coordenadora da Comissão, Elaine Padilha, superou as expectativas já que é superior a todo o ano passado. Se comparado ao mesmo período de 2014, houve um aumento de 74,4% nas doações. Mas, o destaque é que neste ano foi realizada a primeira captação de pulmão no Hospital.
Segundo a coordenadora, o pulmão é um órgão que dificilmente está apto para doação, pois depende de algumas características do potencial doador como: tempo de internação, tempo de ventilação mecânica, presença de infecção, idade; doenças prévias, fatores estes que podem dificultar a doação do órgão.
Foram 07 pacientes com morte encefálica, que doaram no total: 02 corações, 01 coração para valvas cardíacas, 04 fígados, 12 rins, 01 pâncreas, 01 pulmão e 06 globos oculares/córneas. Também houve 10 pacientes com parada cardiorrespiratória que doaram: 19 globos oculares/córneas, totalizando 47 órgãos/tecidos.
O diretor clínico do Huop, Sérgio Luiz Bader, considera ainda muito eficiente o trabalho da equipe da CIHDOTT, mas ainda há pouca compreensão por parte dos familiares de doadores. "Existe um potencial muito grande para doadores, e apesar da atuação do CIHDOTT e da divulgação um pouco maior da mídia, muitos familiares não compreendem a importância, sendo ainda um número insuficiente para mais captações", enfatiza Bader.
Foram sete pacientes com morte encefálica, que doaram no total: dois corações, um coração para valvas cardíacas, quatro fígados, 12 rins, um pâncreas, um pulmão e seis globos oculares/córneas. Também foram dez pacientes com parada cardiorrespiratória que doaram: 19 globos oculares/córneas, totalizando 47 órgãos/tecidos.
A enfermeira Elaine explica que a conscientização tanto dos familiares como dos possíveis doadores é muito importante, "pois quando os pacientes haviam conversado previamente com seus familiares sobre o desejo de ser um doador, a decisão da doação se torna menos difícil de ser tomada pela família", esclarece, acrescentando ainda que a doação só pode ser feita mediante a autorização escrita de um familiar de primeiro ou segundo grau ou, cônjuge com relação comprovada.
A CIHDOTT
A Comissão de transplantes foi criada em 2006 e atualmente possui 16 membros, sendo que 09 deles fazem parte do Serviço de Notificação, Abordagem e Retirada de Órgãos/Tecidos (SENAR), implantado em 2011 no HUOP, com a função de atuar na abordagem dos familiares de potenciais doadores, acompanhamento no processo de retirada dos órgãos e tecidos, e também no apoio aos familiares durante todo o processo de doação.
Segundo Eliane, o SENAR possui uma escala de plantão sobreaviso 24 horas por dia, na qual os profissionais acompanham e avaliam possíveis doadores, tanto no caso de morte encefálica, em que podem ser doados órgãos e tecidos, quanto no caso de óbito por parada cardiorrespiratória, no qual somente a doação de tecidos pode ser feita.
Texto: Rafaela Pontes