Dar e receber é uma troca dinâmica da nossa vida que resulta nos acontecimentos que chegam até nós. Dar e receber é também uma dualidade de intenções que, se expressas de forma equivalente, traduzem equilíbrio nas nossas ações e atitudes. Mas observem que DAR vem antes de RECEBER. Essa é a revelação. Essa é a chave para que as coisas funcionem ou não.
Imaginem que num determinado dia do ano, todas as pessoas resolvessem apenas receber. Sim, todas as pessoas do mundo, naquele dia, resolveram receber atenção, receber carinho, receber dinheiro, receber ajuda...só receber...receber... Certamente, no fim do dia, estariam todos decepcionados pois ninguém receberia nada. Simplesmente porque se todos ficaram esperando receber, não sobrou ninguém para dar. Ou seja, se não temos nada para dar, não temos mérito para receber. Ôpa! Já temos, assim, uma sinalização de que o desejo constante de querer receber, denota um certo egoísmo, aquele sentimento umbilical: “o mundo precisa me dar condições”. Por outro lado se, em se dando, o mérito de receber vem agregado, temos então uma vantagem virtuosa do dar sobre o receber.
Legal, mas como é isso na prática? Observe o mercado de trabalho, o mundo das relações profissionais dentro das empresas. De um lado as pessoas tem para dar a sua força de trabalho, recebendo em troca o salário. Primeiro você trabalha durante um mês para depois receber o pagamento. Vejam que o dar precede o receber. Isso é o básico, é o normal. Mas digamos que alguém resolva oferecer mais para aquela empresa, um diferencial, uma melhor qualificação, um maior comprometimento, uma lealdade inconteste. Provavelmente este alguém vai receber algo a mais, um maior reconhecimento, uma maior valorização, mais oportunidades. Vejam que o bolo do receber aumenta na mesma proporção do quanto a mais nós temos para dar. Assim é na vida em geral.
Outro exemplo é a questão da fé sem obras. Certamente todos conhecemos alguém que reza, reza, reza, pede, pede....e a coisa não acontece. É aquele pedinte espiritual que espera o milagre acontecer, mas na prática não move uma palha para promover mudanças em si e na sua forma de fazer as coisas. A Divindade espera de nós um mínimo de atitude, de proatividade, de fazer por merecer alguma graça. Deus já nos proveu de todos os recursos em forma de talentos, e espera de nós o cumprimento da nossa parte do acordo, ao menos esforço e bom ânimo.
Acredito, portanto, que se queremos dar um up na qualidade e na quantidade do que almejamos receber, devemos avaliar primeiro o pacote do que temos para oferecer a nós mesmos, mas principalmente aos outros. Não é muito difícil. Comece substituindo o mau humor pelo sorriso fácil, troque o julgamento prévio pela oportunidade de ouvir, cumprimente as pessoas com sinceridade, seja o abraço que alguém precisa, mude suas respostas sempre prontas, enfim, todos temos para dar uma energia forte e contagiante. Experimente, você vai descobrir que as possibilidades de receber alcançarão dimensões inimagináveis e expontâneas.
Uma semana meritória à todo(a)s !
Jair Benke é Economista, escritor, especialista em políticas públicas ,
planejamento municipal, palestrante e colunista no site www.click3.com.br
