Mesmo que o governo federal se esforce, já não é possível maquiar a realidade brasileira. Os índices econômicos e sociais de agosto falam por si só. A recessão é um fato concreto, trazendo consigo, por consequência, o desânimo empresarial para investir, e redução de vagas e renda dos trabalhadores, a desvalorização do dinheiro circulante, entre outros tantos desajustes inibidores de prosperidade. Como tudo na vida, o Brasil está colhendo o que plantou. Depois do providencial e frutífero alinhamento do Plano Real, cujo ciclo virtuoso durou por 10 anos, os governos seguintes não fizeram o dever de casa. Negligenciaram os ajustes estruturais periódicos necessários em qualquer economia, para simplesmente fomentar o consumo e programas sociais, alimentando fantasias idealistas que não cabem mais no mundo moderno. Dada a sua complexidade, assuntos macro e microeconômicos requerem tratativas profissionais e não toleram políticas públicas evasivas destoadas da realidade, como se fossem matérias acadêmicas escritas em livros, muitas vezes, em séculos passados. Infelizmente, vamos pagar caro pela experiência populista desconectada da atualidade. Mas haveremos de superar esta fase, desde que, no entanto, o trabalho sério volte ser prioridade na visão palaciana de Brasília.
Jair Benke é Economista, escritor, especialista em políticas públicas ,
planejamento municipal, palestrante e colunista no site www.click3.com.br