Inevitável componente da vida, são inúmeras as causas mortis constatadas diariamente. Pode alguém ou algo morrer pelo umbigo? Sim! Talvez não sob o ponto de vista físico ou material, mas sob a ótica de conduta moral, sim. A expressão “tudo gira em torno do meu umbigo” provavelmente seja o devaneio máximo do egoismo a que podem chegar pessoas e instituições. Como não se trata de uma virtude, não podemos esperar que a consequência seja virtuosa.
Imagine que em determinado país do planeta as instituições políticas estejam em crise, com baixa credibilidade e sob constante suspeita aos olhos do seu povo. Imagine também que neste mesmo país alguns partidos políticos cultivam ideologias extremistas, uns mais para o lado esquerdo, outros mais para o lado direito, ou seja, fora do ponto de equilíbrio razoável. Imagine ainda que os integrantes destes partidos (notadamente seus líderes) lutam diuturnamente, por caminhos raramente leais, para chegar e se estabelecer no poder. E aí você já deve ter imaginado que quando chegaram ao poder, agora sob o manto do “nosso governo”, tomaram conta de todas as instituições públicas, para em suas veias drenar contratos corrompidos em favor dos cofres pessoais e partidários.
Neste mesmo país, em que tais políticos se empenham em fazer o seu povo acreditar que tudo vai bem, tiveram dificuldades de encontrar nas suas fileiras gente capaz de gerir o tamanho da sua economia. Enquanto mantinham promessas de prosperidade social, negligenciavam outros pilares fundamentais como infraestrutura, educação, tecnologia, inovação e tantos outros segmentos produtivos. Estavam preocupados com seu umbigo, sua turma, seus ideais. Uma filosofia de exclusão com potencial para gerar uma antipatia gigantesca e coletiva como nunca se viu antes na história daquele país.
E o povo daquele país? Bem, para o povo foi chegando a conta: impostos em alta, preços gerais subindo, inflação em viés ascendente, atividade industrial reduzindo, demissões em empresas com grande massa de trabalhadores, comerciantes reclamando de poucas vendas, entre outras consequências que foram decepcionando aquele povo.
Se este modelo de (partido) político está fadado a “morrer” ou não, o próprio povo daquele país que vai decidir. Agora, se o malgrado se confirmar, certamente a causa mortis terá sido o próprio umbigo.