A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica definiu aumento de 46,14% para a tarifa de repasse da potência de Itaipu em 2015, que passará de US$ 26,05 por kWmês para US$ 38,07/kWmês.
O aumento terá impacto para as distribuidoras que atendem os consumidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que recebem a energia produzida pela usina.
O elevado nível do reajuste aprovado tem dois motivos: a inadimplência de distribuidoras e a estiagem.
A falta de chuvas fez com que a maioria das hidrelétricas gerasse menos energia do que o volume que venderam em seus contratos neste ano. Conhecido como risco hidrológico, o problema obriga as usinas a comprar o que não conseguiram produzir no mercado de curto prazo.
Como a energia no mercado à vista ficou cara praticamente pelo ano todo e chegou a bater o teto de R$ 822,83 por megawatt (MW) em algumas semanas do ano, coube à Eletrobras arcar com essas despesas, até a aprovação do novo reajuste anual. Segundo a companhia, a despesas atingiu valores entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões por mês e a conta deve encerrar o ano negativa em R$ 3,946 bilhões.
Do reajuste de 46,14%, 45,27 pontos porcentuais dizem respeito ao ressarcimento que a Eletrobras terá direito por carregar essa dívida. A companhia chegou a pedir que as tarifas fossem elevadas já a partir de dezembro, mas a Aneel negou o pedido de revisão tarifária extraordinária e manteve a data do reajuste em 1º. de janeiro.
O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, admitiu que o reajuste aprovado é elevado e concordou com o diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Aneel), Marco Delgado, que demonstrou preocupação com a questão. “Para aquelas empresas que recebem cotas de Itaipu, é bastante impactante”, afirmou Rufino.
Fonte: Paraná Portal