Sabem aquele velho ditado “Quando você for mãe você vai saber...” , pois bem ele é bem
realista. Nunca desmerecendo o olhar e opinião das demais pessoas, porém há situações que precisamos vivenciar para realmente intender e conseguir se colocar no lugar do outro.
O resultado do teste de gravidez quando positivo, ouvir o coração do bebê pela primeira vez, o primeiro ultrassom, sentir um ser se mexer em nosso ventre e a sensação ao ouvir o chorinho do filho ao nascer só quem já foi mãe pra saber o quão intenso são estas vivências não é?
Porém, ficar noites sem dormir, sentir dor de parto e pós-parto, ver seus seios com fissuras ou até mesmo sangrando, ouvir seu filho chorando sabendo que necessita de você para a própria sobrevivência, ouvir inúmeras opiniões a respeito de como deve se portar já que agora é mãe também são vivências que só a maternidade pode trazer.
Quando se fala a palavra Mãe, tende-se a imaginar um ser angelical, protetora, sublime,
amável. O que tenho percebido é que falar do lado “escuro” da maternidade é praticamente um tabu, muito fala-se do quão sublime é ser mãe, mas pouco se discute sobre o quão difícil é tal papel. Amor também envolve conflitos, e na maternidade não seria diferente, sentimentos ambíguos podem surgir e são normais, não é tão automático quanto um mero instinto maternal (que é o que costumamos ouvir, que toda mulher nasce com tal).
Mãe também sente medo, sofre, erra, pensa em desistir, ou seja, acima de tudo é humana e também necessita de ajuda e cuidados. Quando nasce um bebê não esqueça de olhar para aquela mãe que ali também nasceu, seja sensível as suas angústias e dificuldades, dê apoio, ofereça ajuda e suporte no que ela precisar, não seja apenas mais um expectador julgador, tais atitudes encorajam e por vezes podem evitar uma depressão pós parto que tem acometido muitas mulheres no puerpério.
E para as mães a dica é cuidem-se, vocês são importantíssimas na vida de seus filhos, por esse motivo devem cuidar da sua saúde física e mental, descansar e se divertir ainda devem fazer parte de sua vida mesmo em meio as responsabilidades que a maternidade traz. Permita-se também a aceitar seu filho do jeito que ele é, já que antes mesmo deles nascerem os idealizamos, sejam física ou de personalidade são indivíduos que tem o direito de trilhar seu próprio caminho.
Para concluir quero relatar que na maternidade real existem alegrias e tristezas, afetos e
desafetos, portanto se faz necessário a quebra de padrões fixos pré estabelecidos, para que não se torne um fardo tal papel, mas que possa ser vivido com leveza , sem culpas ou
julgamentos!
Amanda Sabrini Müller Lopes CRP 08/20375
Psicóloga formada desde 2013 pela Faculdade Assis Gurgacz, especialista em psicologia fenomenológico existencial pela Universidade Paranaense, possui diversos cursos na área psicológica, já atuou como docente, palestrante, trabalhou com psicologia educacional, atualmente atua em APAE e a como psicóloga clínica a mais de cinco anos.