O governo do Estado, em reunião ocorrida a noite desta terça-feira,24, pediu maior prazo a representantes sindicais das categorias de servidores. Em razão desta tentativa de negociação, por hora, a paralisação programada para se iniciada nesta manhã de terça-feira, 25, ao menos para os servidores da Polícia Civil está suspensa.
Segundo as informações da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Paraná (Adepol-PR), o governo teria pedido maior prazo aos servidores para concluir um estudo sobre uma possível reposição salarial. "O Governador se compromete em apresentar uma proposta em audiência oficial com a classe dos Policiais na semana que vem", diz a nota da Adepol divulgada nas primeiras horas desta manhã de terça-feira.
Em razão deste pedido, as paralisações e operações padrão estão suspensas até o fim do prazo pedido pelo governo. “Este é o último prazo, a última prova de boa vontade. Esperamos que o governo apresente boa fé e cumpra, desta vez, o combinado”, declarou o presidente da ADEPOL-PR, o delegado Daniel Fagundes.
Já as informações de que os professores da rede pública do Estado teriam, também, suspendido a paralisação não procede. A professora Marli Fernadez, da coordenação dos Fóruns das Entidades Sindicais, divulgou um vídeo negado a suspensão do início da greve no final da noite desta segunda-feira, 24. No vídeo, Marli ressalta que a classe participou da reunião ocorrida na noite desta segunda com representantes do governo e outra classes trabalhistas, em que o governo pediu um maior prazo a fim de apresentar uma proposta.
No entanto, Marli declarou que a greve está mantida, ao menos neste primeiro dia, e que a proposta de suspensão da greve será avaliada em uma reunião do comando de greve, marcada para as 9 horas desta manhã de terça-feira, 25.
Os servidores públicos estaduais iniciaram nesta terça-feira (25) uma greve por tempo indeterminado, em protesto pelo pagamento do reajuste de 4,94% referente à inflação dos últimos doze meses. No entanto, de acordo com um balanço preliminar a adesão não é total entre os servidores da rede estadual de ensino e da rede estadual da saúde, as principais categorias.
A data-base do reajuste anual dos servidores vence em maio. Os funcionários do Executivo estão com os salários congelados desde 2016 e acumulam perdas de 17%. Inicialmente, o governo sinalizou que não haveria nenhum reajuste, alegando que os gastos com pessoal já estão no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Após os protestos da categoria no dia 29 de abril, o Executivo concordou em montar uma comissão com representantes dos sindicatos e parlamentares para discutir o assunto. Após oito rodadas, porém, as negociações não avançaram.
Na última quinta-feira (20), o governador Ratinho Júnior (PSD) afirmou, em passagem por Londrina, que o governo não tem dinheiro para conceder o reajuste. “Não existe a possibilidade de reajuste, porque representaria quase R$ 1 bilhão a mais de gastos. Isso exigiria aumento de arrecadação e a população já paga muito imposto”, justificou.
Diante do impasse, o Fórum das Entidades Sindicais (FES/PR), anunciou greve a partir desta terça. Segundo a entidade, a paralisação teria a adesão de 30 sindicatos e associações, incluindo professores, servidores da saúde pública e agentes penitenciários.
Parcelamento
Nesta segunda-feira (24), policiais civis promoveram uma carreata com viaturas mau estado de conservação do parque Barigui até o Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, em Curitiba, para protestar pelo reajuste e melhores condições de trabalho. Como por lei está impedida de aderir à greve, a categoria promete apoiar a paralisação de outras formas, como “operações padrão” e o cumprimento à da carga horária de trabalho.
“Estamos orientando nossos policiais a cumprir, quem trabalha em regime de plantão, as 40 horas semanais e ir embora para casa. Quem trabalha em regime de expediente cumpre às 8 horas diárias de segunda a sexta e vai embora para casa”, ressaltou Fagundes.”, explicou Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol-PR), Daniel Fagundes.
“Não aceitamos reajuste zero”, afirmou ele, dizendo que a categoria propõe a reposição de 4,94% agora, 1% em outubro e 1% em novembro e o restante parcelado nos próximos três anos. “Nem pedimos todo o aumento agora. Estamos dispostos a ajudar o governo nesta crise, mas estamos sendo ignorados, enquanto as grandes empresas ganham isenções fiscais às custas do trabalho do servidor”, criticou.