Para a Igreja, a comunidade política deve ter por objetivo o bem comum, isto é, o bem integral de todos os cidadãos e cidadãs :moradia, saúde, educação, lazer e liberdade religiosa.
As autoridades políticas existem somente para isso.¹¹¹Não devem ocupar-se apenas com sua vida particular e profissional, mas, também, como cidadãos dotados de direitos e deveres, ultrapassar o âmbito de seu grupo em vista de toda a sociedade.
O bem comum é a única razão da existência da sociedade política e de sua estrutura Jurídica. Os políticos necessitam de autoridade para realizar seu papel. É o povo que delega essa autoridade. Enquanto fundamentada na “natureza humana’’, a autoridade política corresponde “a ordem predeterminada por Deus’’. ¹¹²
O primeiro dado fundamental de toda a vida política é o respeito à liberdade de cada pessoa.
Vivemos em uma sociedade plural, marcada por diversas tradições, ideias, convicções; a igreja prega e anuncia que só no respeito a cada pessoa humana pode ser atingida a paz social.
Todos as pessoas podem e devem criar associações, sindicatos, associações de bairro, grupos políticos e culturais, comunidades de fé, para poder emitir suas opiniões e colaborar na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Só assim poderão participar ativamente da vida e do governo do país.
Esta vontade de maior participação provém da maior consciência da dignidade humana, e implica que o governo respeite os grupos intermediários na gestão da vida pública. A Igreja compreende que o regime democrático pode ser um meio licito de construir o bem comum ao recomendar a participação de todos.
Ela rejeita os regimes totalitários ou ditatoriais e reconhece a necessária diversidade dos partidos políticos.
Pe. Antonio Carlos Gerolomo
é colunista do site www.click3.com.br
Colaboração José Carlos Comin dos Passos