Nesta semana que ainda estamos vivendo se encontra muito presente em nossa vida e em nossa existência a localidade que visitamos á pouco, seja por questão religiosa, seja por desencargo de consciência, ou seja, apenas por uma questão de pratica social alguém de nós nos encontramos no local ou em sintonia com um campo santo, com o cemitério. Nesse dia, em especifico dia 02 do mês de Novembro do ano corrente, lembrávamos o dia de finados, com o intuito de rezarmos, orarmos pelo descanso eterno dos nossos falecidos. Felizmente em nossos cemitérios vemos: Flores, túmulos enfeitados, missas, muitas orações... Fomos convocados às vezes instintivamente a refletir sobre a nossa vida, esse grande dom de deus... No portal de entrada do cemitério de uma grande cidade, há uma frase interessante: "somos todos iguais" . Realmente estamos convencidos que a morte não nos separa. Há laços profundos que nos unem e que nos tornam semelhantes: A vida, a cultura, os bens, a herança, a comunhão dos santos... O que a palavra de deus nos diz sobre essa realidade? A narrativa de morte de Jesus, segundo o evangelista Marcos (Mc15,33-39), é a mais direta e dramática. Existem aí dois fortes clamores de Jesus, dois fortes gritos: O primeiro grito é dirigido ao pai: "meu deus, meu deus, por que me abandonaste?" Marcos realça a solidão de jesus. Abandonado por todos, Está completamente só, ninguém dá uma única palavra em seu favor. Seu grito exprime de maneira dramática seu conflito interior. Vive com lucidez e temor o seu drama de homem justo, Cortado na flor dos anos pela maldade cruel de seus adversários. Com esta descrição o evangelista quer nos mostrar que na vida de cada cristão, se repetem situações semelhantes, Jesus é apresentado para nós como exemplo que apesar de vivermos em sintonia com o evangelho, podemos nos encontrar muitas vezes sozinho, isolado, condenado pelos amigos e rejeitado pela própria família. Nestes momentos de abandono o cristão é chamado a olhar para Jesus e ver nele um companheiro de viagem, uma pessoa que viveu esses mesmos dramas para os dar o exemplo de que necessitamos nos apegar ao Senhor da vida e da esperança. O segundo grito de Jesus é o último suspiro. Marcos no seu evangelho procura responder a uma pergunta: "quem é Jesus". O ponto alto de sua narrativa é a profissão de fé proclamada aos pés da cruz pelo centurião romano: "este homem era realmente o filho de Deus". Esta descoberta não foi feita por um apóstolo ou discípulo, mas por um pagão. O modo como Jesus morre abre os olhos desse soldado e o faz reconhecer naquele condenado o "filho de Deus". Este soldado pagão representa cada homem que chega à fé em cristo. Não se converte pelo fato de ter assistido a qualquer prodígio, mas por ter entendido o sentido de uma vida doada aos irmãos por amor e é dessa descoberta que nasce a verdadeira fé e a autêntica adesão a Cristo. A morte quer queiramos ou não é a única certeza que podemos ter na nossa vida, deveremos cumprir como Jesus e com Jesus a passagem deste mundo para o pai. Eis ai então a força que nos anima na caminhada, a esperança da ressurreição. (Mc 16,1-6) Passado o sábado, algumas mulheres dirigem-se ao sepulcro. Tristes e abatidas, caminham de cabeça baixa apertando entre as mãos os óleos para embalsamar o corpo de Jesus, seus gestos são a síntese do comportamento humano diante da morte: Vão ao cemitério para chorar o triunfo da morte; vão para cuidar do cadáver e perpetuar os efeitos da morte; pensam que o encontro com os entes queridos foi interrompido para sempre; caminham no escuro da noite. Tudo são desolação e
desconforto. Mas a noite vai acabando e surge um raio de luz: a pedra já foi removida, o túmulo está aberto. Um jovem vestido de branco explica: Jesus de Nazaré, o crucificado ressuscitou. É inútil procurá-lo no sepulcro: "ELE ressuscitou, já não está aqui". Estas palavras devem ressoar nos nossos ouvidos toda vez que, no cemitério, nos inclinamos sobre o túmulo de uma pessoa querida, é um convite a não procurar na morada dos mortos àqueles que vivem com cristo, pois eles estão vivos. Para nós que acreditamos, neste Deus da vida, precisamos nos lembrar de que em Cristo brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição. E, aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Senhor, para os que creem em vós, a vida não tirada, mas transformada. “E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”. Acreditamos realmente e mantemos a nossa esperança nesta vida nova, ou ainda duvidamos da promessa do
senhor que tanto nos quer bem? A nossa vida esta nas mãos de Deus, precisamos acreditar nesta esperança, pois sem ela somos como o tumulo que pode até conter um corpo, mas já não tem mais vida. Precisamos reforçar a nossa fé e não nos iludirmos com promessas falsas de “retorno”, pois o único que retornou foi Jesus e ele nos disse que vale a pena passarmos para o lado de lá, pois o lado de cá é apenas transitório e não podermos nos iludir com falsas teorias e ideologia que nos afastam do verdadeiro caminho que é ELE próprio, pois assim Ele mesmo se denominou. “ Eu sou o caminho a verdade e a vida” (JC)
Pe. Antonio Carlos Gerolomo Também é colunista do site www.click3.com.br